A produção, o consumo e a qualidade do caqui no Brasil
O caqui originário da Ásia pertence à família botânica Ebenaceae, a qual também possui espécies com fins madeireiros e paisagísticos. As espécies que produzem frutos comestíveis pertencem ao gênero Diospyros, que são cognominados de fruta dos deuses (dios= Deus, pyros=alimento). Este gênero com a maioria das espécies de importância econômica apresenta a Diopyros kaki como a mais importante. Os frutos são ricos em amido, pectina, açúcares, apresentando teor muito alto de vitamina A e com baixo teor de ácidos.
O caqui, muito cultivado na China, Japão e Coréia do Sul, foi introduzido no Brasil em torno de 1890, em São Paulo, e expandiu-se a partir de 1920 com a imigração japonesa. As regiões Sul e Sudeste são as maiores produtoras, lideradas por São Paulo com uma área cultivada de 3.610 hectares (2003), seguidas pelo Paraná, com 1.472 hectares (2001), e pelo Rio Grande do Sul com 1.232 hectares (2001).
O número de cultivares de caqui comercializadas no Brasil é bastante grande, sendo que estas podem ser enquadradas nos seguintes três grupos quanto à adstringência e cor da polpa: a) Sibugaki – apresentam frutos com polpa sempre taninosa (adstringente) e de cor amarela, independente da presença ou não de sementes. Estes frutos necessitam tratamentos pós-colheita com etileno, gás carbônico ou etanol para degradação do tanino (fenóis) para se tornarem aptos para o consumo; b) Amagaki – a polpa dos frutos é amarela e não apresenta tanino, contendo ou não sementes. São também chamados de caquis doces ou duros, ou ainda de chocolate branco; c) Variável – frutos destas cultivares, quando oriundos de flores não polinizadas e, por isso, sem sementes, apresentam polpa amarela e rica em taninos, necessitando de destanização. Porém, quando ocorre polinização há formação de sementes e a polpa apresenta-se escura de cor chocolate e sem tanino, estando aptos para o consumo na colheita.
As cultivares mais exploradas variam com as regiões do país, sendo que em São Paulo prevalecem as cultivares Taubaté, Rama Forte e Fuyu e no Rio Grande do Sul as cultivares Fuyu e Kioto. A cultivar Fuyu, do grupo Amagaki, é a mais importante no mercado internacional, sendo inclusive exportada pelo Brasil para a Europa, porém ainda em pequena escala, mas com perspectivas de expansão nos próximos anos.
Caqui
Receitas com caqui
Plantio do caquizeiro
Caquizeiro
Auri Brackmann
Eng. Agr., Doutor, Professor do Departamento de Fitotecnia
Universidade Federal de Santa Maria – UFSM.
brackman@ccr.ufsm.br
Revista Brasileira de Fruticultura
ISSN 0100-2945 versão impressa
Rev. Bras. Frutic. v.25 n.1 Jaboticabal
doi: 10.1590/S0100-29452003000100001