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Nêspera (Eriobotrya japonica)

É uma tentação observar a árvore alta e copada quando repleta de frutos. Crianças e adolescentes adoram escalá-la, para chupar a nêspera tirada diretamente do pé. Aquosa, doce, um tanto ácida, a polpa é bastante saborosa, tanto crua como na forma de doces. Além disso, ela é  ótima para a saúde.

Nome científico: Eriobotrya japonica Lindl.

Família: Rosáceas

Nome comum: nêspera, nespereira, ameixa-do-pará

Origem: Japão

Partes utilizadas: Polpa.

Descrição e característica da planta: Fruta tipo pomo como a maçã, pêra e marmelo, pertencente à família Rosaceae, sendo amplamente distribuída nas regiões subtropical do globo. A sua exploração racional, com real importância econômica, limita-se a alguns países, como Japão, Espanha, Israel e Brasil. Sua origem é asiática, com referência a Japão, China e Índia.  Sem desbaste, é uma fruta pequena, de cor amarela e casca aveludada, de modo errôneo chamada popularmente de ameixa-amarela ou ameixa-japonesa. É uma fruta rica em vitamina C e sais minerais, como o cálcio e o fósforo. A nêspera é consumida ao natural ou em salada de frutas e também se presta à produção de excelente compota, atividade essa ainda bem pouco explorada.

A nespereira é uma árvore perene, rústica, de porte médio a grande. Nos pomares comerciais, no município de Mogi das Cruzes, estado de São Paulo, os produtores fazem podas de formação da copa e condução lateral dos ramos, dando um formato de taça, para facilitar o arejamento, a penetração da luz solar no seu interior para facilitar os tratos culturais, o tratamento fitossanitário e a colheita de frutos. As folhas são alongadas, perenes, firmes e de coloração verde-escura. As flores são formadas nas extremidades dos ramos, em forma de cacho e em grande quantidade. Os frutos podem ser levemente alongados, ovalados ou globosos, com casca e polpa amarela ou alaranjada, quando maduros, e peso médio de 30 a 80 gramas cada. A polpa é firme, doce, levemente ácida, de bom sabor e pode atingir 15º Brix (teor de sólidos solúveis = açúcar). Cada fruto contem 3 a 7 sementes, de cor marron, Para a produção de frutos de qualidade, há necessidade de fazer o seu desbaste, seguido de seu ensacamento, para protegê-los de pragas e doenças. A planta se desenvolve e frutifica bem, em condições de temperatura amena a quente, solos profundos, ricos em matéria orgânica, boa drenagem de água e boa disponibilidade de água durante o ano. A propagação é feita por enxertia em mudas de nespereira ou de marmeleiro. A produção ocorre a partir do segundo ano do plantio em campo e a colheita é manual de pencas com os frutos maduros.
No Estado de São Paulo, iniciou-se o cultivo econômico na década de 40, com interesse crescente entre os fruticultores, chegando à cerca de 200 mil plantas em 1985, principalmente nas regiões produtoras de Mogi das Cruzes e Atibaia.

Clima e Solo: A nespereira se desenvolve bem em regiões onde a temperatura média anual está acima de 15ºC, não sujeitas a temperaturas abaixo de 3ºC, condições que ocasiona a morte dos frutos novos. No Estado de São Paulo, a quantidade total de água que a planta necessita durante o ano é, geralmente, satisfeita com as chuvas e pela utilização de cobertura morta.

As raízes da nespereira são profundas, podendo, entretanto a planta tombar sob a ação de ventos fortes, se o porta-enxerto for o marmeleiro, de raízes mais superficiais. Os ramos são resistentes, não havendo perigo da quebra pelo vento, mas os frutos podem ser prejudicados pela fricção contra as folhas e ramos vizinhos. Assim, recomenda-se a instalação do pomar nas faces menos batidas pelos ventos, ou pela conveniência de utilização de quebra-ventos.

Cultivares: Mizuho, Precoce de Itaquera, Precoce de Campinas (IAC 165-31), Parmogi (IAC 266-17), Nectar de Cristal (IAC 866-7), Centenária (IAC 1567-420), Mizumo (IAC 1567-411) e Mizauto (IAC 167-4).

Produção de mudas: As mudas devem ser produzidas em recipientes, sendo as sementes extraídas de frutos maduros, secas à sombra e semeadas em cerca de uma semana, garantindo assim elevada germinação. As mudas são enxertadas sobre pés francos de porta-enxertos oriundos de sementes da própria nespereira, de qualquer cultivar, uma vez que ainda não existe porta-enxerto específico. O ponto de enxertia ocorre após 8 a 12 meses da semeadura, onde o porta-enxerto encontra-se com 1 cm de diâmetro na região de enxertia (30 a 40cm de altura). A enxertia se faz em qualquer época do ano, por processo de garfagem, preferivelmente do tipo “inglês simples” e cobertura com saco plástico enrolado ao garfo (enxerto). É importante que cerca de três a quatro folhas sadias do porta-enxerto sejam deixadas abaixo da parte enxertada, o que garante o melhor pegamento e mesmo o desenvolvimento das mudas enxertadas.
Há perspectiva promissora de cultivo de nespereiras enxertadas sobre marmeleiros, o que propicia plantas de menor crescimento que possibilita o espaçamento adensado e originando pomar de porte mais compacto.

Espaçamento: Os espaçamentos requeridos para a nespereira são 8 x 4 m a 8 x 6 m (plantio convencional; nespereira/nespereira) e 4 x 2 m a 5 x 3 m (plantio adensado: nespereira/marmeleiro). As quantidades de mudas necessárias são: 207 a 312 e 666 a 1.250/ha, de acordo com o espaçamento.

Plantio: De acordo com a análise de solo, aplicar o calcário para elevar a saturação por bases a 70%. Aplicar o corretivo em área total, antes do plantio ou mesmo durante a exploração do pomar, incorporando-o mediante aração e/ou gradagem.
O plantio das mudas deve ser realizado no período quente e chuvoso de cada região. Para o Estado de São Paulo, recomenda-se o plantio a partir de outubro. As covas devem ter dimensões de 60x60x60cm. A primeira camada de solo (até os 30 cm iniciais), é separada do subsolo (demais 30 cm) e misturada com 2Kg de esterco de galinha ou 10Kg de esterco de curral curtido, 1Kg de calcário, 160g de P2O5 e 60g de K2O. Essa mistura é colocada no fundo da cova, completando-se o que faltar com a terra provinda da raspagem superficial do terreno. A do subsolo é utilizada para a construção da bacia ao redor da muda, após o plantio.

Adubação

Plantio: Em cobertura, a partir da brotação das mudas, aplicar ao redor da planta, a cada dois meses, 60g de N, em quatro parcelas de 15g.

Formação: Para plantio convencional, no pomar em formação, em função do resultado de análise de solo e idade da planta, aplicar 60 a 120g planta-1 de cada um dos nutrientes: N, P2O5 e K2O, sendo a dose de N dividida em quatro parcelas, de dois em dois meses, a partir do início da brotação.

Produção: No pomar adulto convencional, a partir do 7º ano, em função do resultado da análise de solo e da meta de produtividade (8 a 12 t ha-1), aplicar, anualmente, 3 t ha-1 de esterco de galinha ou 15t ha-1 de esterco de curral, bem curtido e 60 a 120 kg ha-1 de N, 20 a 90 kg ha-1 de P2O5 e 20 a 100 kg ha-1 K2O. Após a colheita distribuir esterco, fósforo e potássio, na dosagem anual, em coroa larga, acompanhando a projeção da copa no solo. Aplicar o nitrogênio em quatro parcelas, em cobertura, de dois em dois meses, a partir do início da brotação. Para plantios adensados, aplicar os adubos, no pomar em formação e no adulto, de modo similar aos plantios convencionais, reduzindo as doses proporcionalmente à área ocupada por planta.

Tratos culturais: As principais técnicas culturais empregadas na cultura da nespereira são: capinas, podas de formação e de limpeza, desbaste e ensacamento dos frutos. O desbaste dos frutos e a proteção dos remanescentes, três a cinco por cacho, com folhas duplas de papel são operações indispensáveis para a obtenção de produto comercializável. O ensacamento com papel opaco, além de proteger as frutas contra as pragas, controla a incidência de “manchas-arroxeadas”, o que deprecia amplamente os frutos para o comércio, especialmente no cultivar Mizuho, o mais suscetível a esse distúrbio genético-fisiológico.

Culturas intercalares: A fim de conseguir o retorno rápido do capital investido durante os primeiros anos de formação do pomar, há vantagem no plantio do cultivo de culturas de pequeno porte, como alguns grãos e oleirícolas. Caso não haja interesse no cultivo de culturas comerciais, se possível, fazer o consórcio com adubos verdes, o que vem a promover ganhos na estruturação do solo, pelo aumento do teor de matéria orgânica e retenção de umidade, devido ao acúmulo de palhada e diminuição da emergência de plantas invasoras.

Principais pragas e doenças: As principais pragas que atacam as nespereiras são os pulgões, mosca-das-frutas e a mariposa oriental. Como controle, é indispensável o ensacamento dos frutos. No caso das doenças, apenas há maiores preocupações com a entomosporiose, em plantas jovens e a antracnose, eventualmente em plantas adultas. Como medida de controle, deve-se realizar pulverizações com produtos a base de cobre, sempre rotacionando o princípio ativo do produto comercial a cada aplicação, para assim evitar-se possíveis resistências dessas enfermidades.

Colheita: A época de maturação dos frutos da nespereira se estende de maio a outubro, quando há escassez de outras frutas estacionais no mercado. O período longo da safra provém do fato de a nespereira ter o hábito de florescer por etapas, num ciclo também bastante amplo. Essa é a razão pela qual a produção das nêsperas é muito menos afetada que a das outras culturas, nos anos em que ocorrem intempéries, como geadas e secas prolongadas. As safras comerciais iniciam-se a partir do 2º ano de instalação do pomar. A colheita é manual, mediante a coleta das pencas ensacadas com os frutos já maduros.

Produção e produtividade: a produtividade média é de 10 a 20 toneladas de frutos por hectare, em pomares adultos racionalmente conduzidos e de acordo com o espaçamento. Um hectare tem uma área de 10.000 metros quadrados. O estado de São Paulo, principalmente na região de Mogi das Cruzes, é o maior produtor brasileiro dessa fruta no Brasil.

Utilidade: os frutos são consumidos principalmente ao natural, na forma de frutas frescas, e também no preparo de excelentes geléias, compotas e licores.

Propriedades medicinais da nêspera
A nêspera, também chamada ameixa-amarela ou ameixa-americana, é produzida por uma árvore da família das Rosáceas, oriunda do Japão e da China Oriental e aclimada no Brasil.

Ajuda a tratar de: Eliminação de toxinas, escorbuto, estados febris, problemas digestivos 
(azia, acidez, gastrites, úlceras etc.), regularização do ácido úrico, retenção de líquidos.

Utilidades Medicinais:
Adstringente
- Preparar o decocto da casca da nêspera e aplicar externamente em cataplasmas.
Amigdalite - Proceder como indicado em anginas.
Anginas - Gargarejar com o chá da casca da nêspera. Usar 40 gramas da casca fresca ou 20 gramas da casca seca para um litro de água.
Diarréia - Recomenda-se fazer uma refeição de nêspera cozida com torrada. Pode-se também tomar o caldo do cozimento de nêspera de hora em hora na quantidade de 1/4 de xícara.
Diurese - Fazer refeições exclusivas de nêspera.
Estomatite - Proceder como indicado em anginas.

Considerações finais
A cultura da nespereira prescinde da utilização sistemática de defensivos; daí torna-se atraente como uma fruticultura alternativa para a produção intensiva e mais natural dos frutos. Dentre os cultivares estudados no IAC, o Precoce de Campinas sobressaiu-se como o mais produtivo, tanto enxertado sobre a nespereira, quanto sobre o marmeleiro. Neste caso, o marmeleiro comum – cultivar Portugal e mais ainda o Provence, têm servido como excelente porta-enxerto.

Bibliografia:

Comite de Fruticultura da Metade Sul do RS

http://globoruraltv.globo.com/GRural/0,27062,LTP0-4373,00.html às 12:11 de 19 de abril de 2008
Essencial - Um guia prático para cuidar da saúde, Editora Nova Cultural Ltda, São Paulo, 2001.
www.todafruta.com.br Data Edição: 07/07/04
 

As Frutas na Medicina Natural
Alfons Balbach
Daniel S. F. Boarim
Edição Vida Plena
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